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Em palestra na UFPB, cientista do Vale do Silício debate sobre criatividade em C&T
Em visita à Universidade Federal da Paraíba (UFPB) na manhã desta segunda-feira (21), o cientista Luiz Monteiro da Franca Neto, Ph.D na Universidade de Stanford e com passagem por grandes empresas de inovação do Vale do Silício, nos EUA, como a Intel e a HGST, falou que talento, no contexto da Ciência e Tecnologia (C&T), é ser “tecnologicamente criativo”.
A declaração foi dada durante palestra intitulada “Você pode trabalhar no que você quiser e onde quiser no planeta: uma perspectiva pessoal sobre carreiras internacionais em C&T depois do ITA”, realizada na Sala de Reuniões da Reitoria.
A abertura da palestra foi realizada pela Vice-Reitora da UFPB, Profa. Liana Filgueira. “A visita do cientista é uma grande honra para a UFPB e nossa expectativa é de que todos os convidados aprendam bastante sobre a estruturação de uma carreira de pesquisa em C&T”, disse a gestora.
O encontro também contou com a participação dos Pró-Reitores de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan), de Graduação (PRG), de Extensão (Proex) e de Gestão de Pessoas (Progep), professores Paulo de Tarso, Silvana Maciel, Berla de Moraes e Rita de Cássia Pereira, respectivamente.
Participaram também da palestra o presidente da Agência de Cooperação Internacional (ACI), Prof. Sandro Marden, o diretor do Centro de Informática (CI), Prof. Lucídio dos Anjos Formiga Cabral, o vice-diretor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR), Prof. Marçal Rosas, além de outros docentes e servidores técnico-administrativos. Também recepcionaram o cientista o Reitor da UFPB, professor Valdiney Gouveia, e o diretor do CEAR, professor Euler Macedo.
Na palestra, a partir de um retrospecto da própria carreira e de outras experiências pessoais, Luiz Franca Neto falou sobre a estrutura das universidades americanas, a distribuição de empregos em C&T nos EUA e a interdisciplinaridade, cada vez mais inevitável na visão do cientista, nas áreas de biotecnologia, energia e conservação.
Luiz Franca Neto destacou, ainda, a ocorrência do ‘serendipity’ durante a carreira de pesquisador em C&T. O ‘serendipity’ é uma palavra da língua inglesa que descreve uma situação na qual pesquisadores tentam encontrar solução para um problema, mas, durante o processo, deparam-se com uma solução para outro problema igualmente relevante, mas que não era alvo original da investigação, podendo resolvê-lo de forma antecipada.
Além da trajetória pelos laboratórios de pesquisa do Vale do Silício e o Ph.D em Stanford, o pesquisador é autor ou co-autor de mais de 93 patentes nos EUA e mais de 15 publicações técnicas e científicas revisadas por pares. Aqui no Brasil, Luiz Franca Neto finalizou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) a graduação em Engenharia de Eletrônica, que foi iniciada no antigo campus de Campina Grande da UFPB (atual Universidade Federal de Campina Grande - UFCG).
Para o pesquisador, a construção de uma carreira internacional em C&T pode ser, sim, atrativa para as novas gerações e os novos talentos devem ser encorajados a desenvolverem pensamento independente e criativo.
“Em C&T, por vezes, é mais importante a sua habilidade de resolver problemas do que o conteúdo que se sabe. Einstein fala sobre isso na célebre frase na qual ele diz que imaginação é mais importante do que conhecimento. São esses talentos de criatividade que geram soluções que ninguém pensou antes”, afirmou.
E para despertar o interesse dos jovens em Ciência e Tecnologia, segundo o pesquisador, são necessários investimentos nos fundamentos da educação para que, mais educada, a população seja capaz de desenvolver melhores iniciativas. No contexto da pesquisa universitária, na visão do professor Luiz, os esforços devem ser direcionados para a ‘interceptação do futuro’.
“O que permite autonomia e flexibilidade em ciência e tecnologia são sólidos fundamentos em matemática e ciências. Cursos de graduação densos em matemática e ciências formam para o mercado profissionais úteis para o agora, mas também capazes de se adaptar e pensar em soluções que serão necessárias para o amanhã”, finalizou o pesquisador.