Você está aqui: Página Inicial > Contents > Notícias > Pesquisa da UFPB indica baixo teor de flúor na água de abastecimento público na Região Metropolitana de João Pessoa
conteúdo

Notícias

Pesquisa da UFPB indica baixo teor de flúor na água de abastecimento público na Região Metropolitana de João Pessoa

publicado: 25/10/2023 11h00, última modificação: 25/10/2023 11h08
Flúor é um componente importante em estratégia de prevenção da cárie dentária

251020231.jpg

Uma pesquisa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizada de outubro de 2022 a julho deste ano, aponta que o teor residual de flúor na água utilizada para abastecimento público na Região Metropolitana de João Pessoa está abaixo do ideal para prevenção da cárie na população. 

A constatação é do projeto de iniciação científica “Vigilância da concentração de fluoreto nas águas de abastecimento público na Paraíba”, coordenado pelos professores Jocianelle Fernandes, Fábio Sampaio e Franklin Delano Soares, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPB. 

O servidor técnico-administrativo Alexandre Almeida Júnior e os bolsistas de iniciação científica Ademir Rodrigues Neto e Laryssa Soares Magno também participam da pesquisa, além de outros alunos da graduação e pós-graduação em odontologia da Universidade.

O fluoreto, forma iônica do flúor, é como este elemento é detectado na natureza, já que, devido a suas propriedades químicas, ele não é encontrado em estado puro. De acordo com a Professora Jocianelle Fernandes, o flúor tem comprovada eficácia para a saúde bucal. 

“O flúor age e interfere diretamente na dinâmica do processo de cárie dentária, impedindo a desmineralização do elemento dentário e promovendo a remineralização. É importante destacar que é necessário o contato constante e direto do flúor na cavidade bucal para que se alcance o máximo efeito preventivo”, explica a docente. 

251020232.jpg

Durante o estudo, foram coletadas, mensalmente, amostras de água destinada ao abastecimento público em pontos específicos dos municípios de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita e Cabedelo. Em seguida, tais amostras foram identificadas, classificadas conforme origem e data e encaminhadas ao Laboratório de Biologia Bucal (Labial), ligado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Biomateriais (NEPBIO) da UFPB, onde foram submetidas a vários processos físico-químicos para medir a concentração de fluoreto. 

Em todas as amostras, os pesquisadores identificaram o fluoreto, porém em concentrações inferiores ao considerado adequado para prevenção de cárie dentária de acordo com o critério utilizado (de 0,55 mg/L a 0,84 mg/L de água). 

Devido à importância do flúor para a saúde coletiva, a fluoretação artificial das águas – ou seja, a adição do flúor por meio de ação humana – é obrigatória desde a década de 1970 em municípios com mais de 50 mil habitantes que possuam estações de tratamento. O estudo demonstra, portanto, que os municípios estudados ainda não cumprem a determinação prevista na legislação. 

Segundo a Professora Jocianelle Fernandes, a vigilância da concentração de fluoreto feita pela UFPB pode se tornar uma ferramenta para auxiliar os gestores públicos locais na implementação da medida, uma vez que a fluoretação sem monitoramento pode expor a população a concentrações inadequadas de flúor, acarretando em alterações nos dentes e nos ossos (fluorose).

“O planejamento para a adoção da fluoretação artificial dessas águas torna-se uma medida necessária para democratização ao acesso da população ao íon flúor, de modo a somar às políticas públicas e coletivas de promoção de saúde bucal”, conclui a professora.

***
Texto: Vinícius Vieira

Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação
Ascom/UFPB