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CEAR

Centro de Energias Alternativas e Renováveis

Universidade Federal da Paraíba

Financiamento de energias renováveis é destaque em fórum na Paraíba

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através de uma parceria entre o Centro de Energia Renováveis (Cear-UFPB) e o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado da Paraíba (Sindalcool-PB), sediou o primeiro Fórum Solar Summit do estado da Paraíba. Durante todo o dia, diversas palestras referentes à implantação da energia fotovoltaica no país e no Estado foram realizadas, dentre elas uma com a participação de representantes de bancos e empresas ligadas à área com intuito de debater o financiamento à tal tipo de energia.

 

Mediada pelo presidente do SINDALCOOL, Edmundo Barbosa, estiveram presentes José Neres (representante da Insole), José Marcus de Deus (representante do Banco do Nordeste) além do diretor do departamento nordeste do BNDES, Caio Cavalcanti Ramos.

O representante da Insole, empresa especializada em energia solar fotovoltaica sediada no Recife, citou os exemplos das mais de 500 instalações realizadas pela empresa: Indústrias, pequenos comércios além de residências, expondo que o propósito da empresa não é somente a expansão de tal tipo de energia para o ramo empresarial mas também para residências e tal intenção é verificada ao cliente através de um estudo técnico-financeiro para que quem desejar os serviços da empresa possa ter o melhor custo-benefício. Neres ainda destacou em dados, o potencial do Brasil para as energias renováveis, tendo a projeção de 388 gigawatts de potência para o ano de 2040, enquanto foram 149 gigawatts gerados no ano de 2016.

Já o representante do Banco do Nordeste Brasileiro (BNB), José Marcus de Deus, citou os esforços do bancos públicos para ajudar na expansão da instalação de parques eólicos e solar fotovoltaicos na região, como o “FNE Sol” (Financiamento do Nordeste) que dentre seus benefícios tem a possibilidade de até 100% do projeto com taxas competitivas, existindo ainda o prazo para quitação do financiamento em até 12 anos, com mais 1 ano de carência, além do IPCA de + 1,03% ao ano (com bônus de adimplência), e que devido à isso pequenos comerciantes (como donos de mercadinhos) e agricultores familiares tem aderido à tal linha de financiamento. Para exemplificar melhor o impacto de tal financiamento, Marcus expôs o caso do “Mercadinho Vitória” no município de Gurinhém, à 76 quilômetros da capital, que teve sua conta de energia reduzida de R$ 2.300 para pouco mais de 100 reais.

Representando o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento), Caio Cavalcanti enfatizou o crescimento na adesão de projetos de financiamento para a geração e transmissão de energias renováveis, expondo que o banco teve em 2017 um crescimento de mais de 20% nos números de financiamento (somando cerca de 14 bilhões de reais) sendo deste total mais da metade dos financiamentos destinados à área. Para ele, a importância da Paraíba nesse cenário é indiscutível, visto que Estado teve um crescimento no número total de financiamentos de cerca de R$ 120 milhões (passando de 278 em 2016 para 500 milhões no ano passado). Caio ainda explicou que no caso do BNDES, o “Fundo Clima” é um dos principais responsáveis pela expansão devido à sua característica de financiar para pessoas físicas, sejam elas agricultores (que já foi o principal foco do fundo) ou não, à uma taxa de 4,03% ao ano com financiamento de até 80%. No Fórum, o representante garantiu a volta de tal tipo de financiamento, que atualmente encontra-se suspenso devido à totalidade investimento de seus recursos (orçados em aproximadamente quase R$ 600 mi).

Após tal debate, ainda ocorreram esclarecimentos por parte do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) sobre a qualificação de paraibanos para que possam tanto estar aptos a manusear sistemas envolvendo energias renováveis e não renováveis.

No fim do evento, o representante da SINDALCOOL convidou a empresa júnior SIE, para elaboração de um projeto para a cooperativa da agroindústria e a da agricultura familiar de Pedro Régis, no Vale do Mamanguape. Ele destacou que a cooperativa foi financiada pelo BNDES sendo um projeto importante para a fabricação de polpa de fruta na região, e que a mesma se encontrava parada e está sendo reativada, sendo o projeto elaborado para focar na questão da câmara fria da cooperativa para que ela possa tornar-se viável. O representante ainda dispôs a levar os integrantes da empresa júnior para o município, à 94 km da capital, para fazerem o levantamento da situação.

Por Joaquim Neto, sob a supervisão de Jéssica Soares – estagiária de Jornalismo do CEAR/UFPB