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Centro de Energias Alternativas e Renováveis

Universidade Federal da Paraíba

Caminhos da indústria 4.0 é tema de debate na CBA

A XXI edição do Congresso Brasileiro de Automática (CBA), realizada no Hotel Tambaú, em João Pessoa, promoveu na última terça-feira (11) uma mesa redonda sobre indústria 4.0. O tema foi debatido no auditório Sérgio Bernardes e entre os convidados da mesa estavam presentes o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diretor de operações da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), Carlos Eduardo Pereira, e Adriana Dipieri representando o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

 

 

A indústria 4.0 ou quarta revolução industrial é o tipo de indústria que utiliza uma grande interligação entre dispositivos inteligentes, para que haja uma produção com cada vez mais eficiência. Ou seja, é uma interligação feita através do campo da automação, controle e tecnologia da informação que busca o aperfeiçoamento da manufatura.

Carlos Eduardo ressaltou que o debate sobre a indústria 4.0 ajuda a alavancar o uso de tecnologias de conectividade, sensores e tratamento de informações no intuito de aumentar a produtividade das fábricas e aumentando a competitividade das empresas no país, o que é fundamental visto que atualmente o Brasil está em posição não favorável no ranking de competitividade e inovação (80º posição). De acordo com ele a participação de representantes governamentais, de empresas como a COMAC, que tem como um de suas atuações a fábrica da Jeep em Goiana, Pernambuco, e dele, como professor e diretor de operações da Embrapii, no evento, traz justamente uma visão importante de que tanto academia quanto indústria devem estar unidas, em prol do desenvolvimento, visto que grande parte dos estudantes presentes no CBA 2018 irão trabalhar em indústrias e ajudarão a transformá-la.

Adriana Dipieri, ressaltou a potencialidade do Brasil e os esforços do governo federal para a organização da área, sendo a criação do plano de ciência, inovação e tecnologia para manufatura avançada, no final de 2017, um exemplo disso. O plano de acordo com Dipieri expõe onde o país quer chegar com a indústria 4.0. Para ela a elaboração de tal plano também serve para mostrar que o governo não faz nada sozinho, precisando de parcerias para o desenvolvimento de ações que tragam benefícios à sociedade, e que o Brasil tem grande potencialidade, com sua biodiversidade e infraestrutura instalada, tanto científica quanto tecnológica. “faltando um pouco mais de investimentos e formação de cultura tecnológica, cultura da indústria 4.0, visto que a indústria 4.0 não é simplesmente a adoção de tecnologias, ela é a conexão, a interligação entre elas, é a conexão de dispositivos, sensores, equipamentos conectados à sistemas ciberfisicos, todos ligados à rede, internet e você conseguindo controlar tudo isso a distância (...) Não é simplesmente colocar um robô, mas sim fazer esse robô interagir com o sistema onde você comande, tenha toda parte de inteligência artificial, ou seja, é um mundo que tá envolvido nisso, e aos poucos acho que o Brasil tá começando a despertar para isso”, completou Adriana.

A representante do MICTIC, também acrescentou que discutir no evento tal assunto e plantar nos jovens a cultura da indústria 4.0 da inovação, é a melhor coisa a ser feita, visto o poder de transformação social da inovação tecnológica no país, e como o evento é voltado para as engenharias, que é a base da indústria 4.0, é ainda mais enriquecedor. Ela ainda citou que a tripa hélice (educação-indústria-governo) é o motor para o fomento de tal revolução, sendo evidenciado por ela a importância da Paraíba e da UFPB nesse cenário.

O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e um dos organizadores do evento, Euler Macêdo, citou que foi justamente pela crescente importância da temática nos últimos anos, que ela foi colocada na mesa redonda, com a presença dos três setores (educação-indústria-governo), para o desenvolvimento desse tipo de indústria não só na Paraíba e na região Nordeste, mas também no país, trazendo inclusive novos parceiros para pesquisas da rede pública de ensino superior da Paraíba que é referência no desenvolvimento de ações inovadoras no ramo.

Por Joaquim Netosob a supervisão de Jéssica Soares – estagiária de Jornalismo do CEAR/UFPB