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Centro de Energias Alternativas e Renováveis

Universidade Federal da Paraíba

Universidade do estado de São Paulo começa implantação de sistema sustentável que promete ser modelo em todo o país

O Congresso Brasileiro de Automática (CBA) realizou sua XXI edição, no Hotel Tambaú, na orla de João Pessoa (PB). Em seu última dia, o evento contou em sua programação com uma palestra sobre o projeto “campus sustentável”, ministrada pelo professor especialista em engenharias da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Luiz Carlos Pereira da Silva. O projeto, implantado em parceria com a companhia de energia local (CPFL Energia), conta com investimento de cerca de R$ 15 milhões obtidos através de programas da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e PEE (Programa de Eficiência Energética).

 

 

O projeto teve seus primórdios em 2016, sendo aprovado em 2017 e com execução iniciada no corrente ano. Com cerca de 6 meses de andamento, ele tem duração de três anos, porém daqui a um ano, resultados já estarão disponíveis devido a instalação de equipamentos e plantas de geração fotovoltaica. Após os primeiros resultados, o projeto continua por mais dois anos para que seja feita uma análise sobre os números obtidos, “a gente tem que usar esses resultados pra encontrar quais são as ações mais importantes de eficiência energética, tomar algumas dessas ações e tentar medir, verificar a diminuição do consumo também. Precisa ter um período de 3 anos”, enfatiza Luiz Carlos. Porém, o projeto não é apenas voltado para instalação de placas fotovoltaicas. Quando foi elaborado e apresentado à ANEEL, uma dos compromissos firmados entre a UNICAMP foi a realização de ações de conscientização.

As ações de conscientização não se limitam à comunidade acadêmica. Durante a palestra, o professor Carlos evidenciou que elas são realizadas com pessoas da região do campus do Barão Geraldo, inclusive com pessoas idosas: Algo desafiador para engenheiros, garante o professor. A transformação do campus em uma “cidade inteligente” é um modelo para o sistema público de ensino superior, visto que o desperdício de energia nas universidades e institutos federais são evidentes e a adoção de tais medidas não ajudam apenas a comunidade acadêmica como a sociedade em geral, “trabalhar um pouco não só pra gente, pra nossa pesquisa, mas sim, pra universidade também (...) Eu acho que quando a gente mostra um projeto desse pra outros professores, eles vão ficar com vontade também de fazer coisas similares em seus campus. Você pode ter uma energia renovável produzindo dentro do campus diminuir o consumo de energia que vem de termelétricas à gás, e além disso diminuir a conta de luz na universidade, esse dinheiro que sobra pode ser revertido na melhoria dos prédios, ou pode financiar mais bolsas de estudantes. É fundamental tentar utilizar o recurso que a gente tem na universidade pública, que é pouco, então não pode ter desperdício nem de energia elétrica, nem de água, de materiais. É fundamental que todas as universidades tentem melhorar isso”, relata o professor.

O projeto conta ainda com um “ônibus elétrico” e a adoção de selos de consumo de energia em prédios do campus (em alusão aos famosos selos “Procel” existentes em eletrodomésticos). Sobre tais selos, Luiz Carlos explicou que: “A existência dos selos é fundamental. Os equipamentos hoje já tem o selo ‘Procel’. Sempre que possível a gente tenta comprar equipamentos que já tem o selo A, as vezes essa tecnologia é muito cara pra universidade e ela tem que comprar um equipamento mais barato, as vezes ela é obrigada a comprar, por licitação, porque é um preço mais baixo, mas é um equipamento que tem baixa eficiência energética, então acho que é fundamental também mudar essa regra de compra de equipamentos nas universidades”, completou o professor.

Por Joaquim Netosob a supervisão de Jéssica Soares – estagiária de Jornalismo do CEAR/UFPB